Papaína: definição, modo de ação, características e apresentação

By Louca Enfermeira - janeiro 16, 2014

Originada do látex das folhas e frutos do mamão verde adulto Carica papaya Linne, a papaína é uma enzima proteolítica muito empregada na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica, cujo Sítio ativo é portador de um radical sulfidrila (SH), pertencente ao aminoácido cisteina fundamental para sua atividade enzimática, tornando-se difícil sua associação com Outro recurso terapêutico, visto que ela sofre oxidação pela substituição do enxofre.
A papaína é, após seu preparo, um pó higroscópico, de coloração variando desde o branco até o amarelado, com odor forte e característico, lembrando enxofre. E solúvel em água e glicerol, mas praticamente insolúvel no álcool, éter e clorofórmio; é inativada ao reagir com agentes oxidantes como o ferro, oxigênio, derivados de iodo, água oxigenada e nitrato de prata, luz e calor. Por ser uma enzima de fácil deterioração, deve ser mantida em lugar fresco, seco, ventilado e protegidos. Sua atividade proteolítica sofre influência do pH, sendo que seu valor ótimo varia de 5 a 8. No Brasil, Monetta foi a primeira a reportar cientificamente os resultados da utilização da papaína no tratamento de feridas, usando, inicialmente, a fruta in natura e, posteriormente, a solução de papaína. No entanto, o uso da papaína já é consagrado na literatura internacional desde a década de 5O.
Essa enzima tem sido utilizada em diversos tipos de feridas com pacientes de diferentes características e faixas etárias, sendo que todos os trabalhos analisados demonstram sua ação positiva na estimulação do processo de cicatrização e ausência de efeitos colaterais. Contudo, pacientes que têm reação ao látex podem apresentar similar reação à papaína.
Essa substância auxilia a remoção de exsudatos inflamatórios e restos necróticos ou purulentos, reduzindo o período de reparação do tecido, além de não prejudicar o tecido são ao redor da lesão. Também facilita a contração e a aproximação dos bordos da ferida, tornando-a mais próxima da estrutura original, com um melhor resultado estético. Dessa forma, a papaína agiria digerindo restos teciduais e constituintes insolúveis do exsudato inflamatório (fibrina, desoxirribonucleoproteínas derivadas dos núcleos das células mortas ou degeneradas) que resultam em peptídeos, os quais são quimiostáticos para os fibroblasros, estimulando precocemente a fibroplastia.



Fonte:
Curativos, Estomia e Dermatologia: Uma abordagem multiprofissional. 2014.

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