Auscultar consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo, como pelo coração e vasos sanguíneos e pelos pulmões e abdome. Provavelmente você já ouviu alguns sons do corpo com os ouvidos sem precisar de um instrumento, como por exemplo, o ressoar áspero da respiração muito congestionada. Entretanto, a maioria dos sons do corpo é muito baixa e devem ser canalizada através de um estetoscópio para que se possa avaliá-los. O estetoscópio não amplia o som, mas bloqueia os sons externos do ambiente. De todos os equipamentos que você vai usar, o estetoscópio rapidamente se torna um instrumento muito pessoal. Separe um tempo para aprender suas características e para adequar um especialmente a você. O ajuste e a qualidade do estetoscópio são importantes. É impossível avaliar o que você deixa de ouvir com um instrumento ruim. A inclinação das olivas deve apontar em direção ao seu nariz. Isso coincide com a inclinação natural do seu canal auditivo e bloqueia eficientemente o som do ambiente. Se necessário, gire as olivas em paralelo à inclinação do canal auditivo. As olivas devem caber confortavelmente; entretanto, se machucarem, é porque estão inseridas muito profundamente. Ajuste a tensão e experimente diferentes olivas de borracha ou de plástico, para alcançar o maior conforto. Os tubos devem ser feitos de material espesso, com um diâmetro interno de 4 mm e cerca de 36 a 46 cm de comprimento. Um tubo mais longo pode distorcer o som.
Escolha um estetoscópio com duas estruturas terminais — um diafragma e uma campânula. Você vai usar o diafragma com mais frequência porque sua borda plana é melhor para sons agudos — murmúrio vesicular, ruídos intestinais e bulhas cardíacas normais. Segure o diafragma firmemente contra a pele do indivíduo — firme o suficiente para deixar um discreto anel impresso na pele. A campânula tem uma forma oca profunda, semelhante a uma taça. É melhor para sons baixos, graves, como as bulhas cardíacas acessórias ou sopros. Segure-a levemente contra a pele do indivíduo — o suficiente para formar uma vedação perfeita. Qualquer pressão extra faz com que a pele do indivíduo atue como um diafragma, obliterando os sons de baixa frequência.
Alguns estetoscópios mais modernos têm uma extremidade com um “diafragma sintonizável”. Isto permite ouvir tanto os sons graves quanto agudos, sem precisar girar a ponta do estetoscópio. Para sons graves (modo tradicional de campânula), segure a extremidade muito levemente sobre a pele; para sons agudos (modo tradicional de diafragma), pressione a extremidade firmemente sobre a pele.
Antes que possa avaliar os sons do corpo, você deve eliminar qualquer tipo de artefato que possa gerar confusão na ausculta:
• Qualquer ruído extra do espaço pode produzir um “ruído de fundo “em seu estetoscópio, de modo que o quarto deve estar tranquilo.
• Mantenha a sala de exame aquecida. Se o indivíduo começar a tremer, as contrações musculares involuntárias podem abafar os outros sons.
• Limpe a extremidade do estetoscópio com algodão embebido em álcool. A seguir, aqueça-a, esfregando-a na palma da mão. Isso evita o “sinal de candelabro” provocado ao colocar uma extremidade fria sobre o tórax quente!
• O atrito sobre a extremidade do tórax com pelos de um homem gera um som de estertoração fina, que simula um ruído adventício respiratório chamado de crepitação. Para minimizar esse problema, umedeça os pelos antes de auscultar a área.
. Nunca ausculte sobre as roupas. Fazê-lo cria um som de artefato que abafa qualquer som valioso para diagnóstico proveniente do coração ou dos pulmões.
Assim, coloque o estetoscópio sob as roupas, mas tome cuidado para que nenhuma roupa atrite no estetoscópio.
Fonte:
Exame Físico e Avaliação de Saúde para Enfermagem
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