Estenose da Artéria Carótida

By Louca Enfermeira - dezembro 02, 2013

- Este texto foi retirado do livro: A Enfermagem na Cardiologia Invasiva.

Segundo Cunha et al (2007) A doença cerebrovascular é a terceira causa de morte na população adulta nos países ocidentais com uma taxa anual de ataques de aproximadamente 2,4% da população. Quando não éa causa de morte, é responsável por graves deficiências físicas e intelectuais. A doença da artéria carótida é responsável por cerca de 25% desses ataques. O tratamento com a técnica percutânea vem como alternativa à tendência aos tratamentos minimamente invasivos. O acidente vascular cerebral determina algum grau de incapacitação nas atividades cotidianas, em cerca de dois milhões de pacientes, acarretando aumento no número de cidadãos economicamente improdutivos, com grande ônus para o Estado.A localização mais freqüente da placa ateromatosa obstrutiva ocorre na bifurcação da carótida comum, comprometendo o bulbo carotídeo, mas também pode localizar-se nos óstios carotídeos e no seguimento intrapetroso da carótida interna. A angioplastia é um método bem aceito para tratamento de lesões ateroscleróticas em todas as regiões do corpo, com exceção das artérias carótidas, pois nesse território seu uso é controverso. Cirurgiões questionam o risco potencial de microembolizações para o tecido cerebral e 
os bons resultados, com baixas morbidade e mortalidade do tratamento cirúrgico.A angioplastia carotídea é indicada a pacientes sintomáticos que apresentem:
•  alto risco cirúrgico, por condições cardíacas ou pulmonares;
•  cirurgia prévia na região do pescoço;
•  lesões na carótida comum intratorácica;
•  bifurcação extremamente alta da artéria carótida, que necessitaria de desarticulação 
da mandíbula. 
Hemodinamicistas defendem a utilização de stents, pois em uma década houve desenvolvimento surpreendente de materiais, com o surgimento de instrumentais desenhados especificamente para as carótidas, evitando-se as trocas constantes, reduzindo assim o risco de embolizações distais pelos fragmentos da placa aterosclerótica. A utilização de proteção cerebral, visando a diminuir fenômenos microembólicos, tem sido proposta por alguns grupos na intervenção percutânea carotídea. São vários os sistemas de proteção cerebral utilizados atualmente. O aprimoramento dos materiais utilizados como introdutores, cateteres, fios-guia e endopróteses e o surgimento de novos dispositivos vêm contribuindo para a melhoria dos resultados do implantes desses stents.Os dispositivos utilizados para proteção cerebral têm mostrado em alguns estudos capacidade de diminuir os índices de complicações neurológicas, o que vem despertando interesse na comunidade científica. Recentemente, vem sendo investigado o mecanismo para evitar as embolizações. Sistemas de proteção cerebral, quer seja por oclusão distal, quer por desvios de circulação, forçando-se a inversão do fluxo na artéria tratada, têm sido recomendados. Hoje é unânime a opinião de que a angioplastia de artéria carótida deve ser acompanhada por algum sistema de proteção cerebral. Os resultados coletados de diversos autores, em vários países, direcionam favoravelmente para a angioplastia.

Referência Bibliográfica

CUNHA, Aparecida Irian Guidugli et al. A Enfermagem na Cardiologia Invasiva. São Paulo: Atheneu, 2007.

  • Share:

You Might Also Like

0 comentários