CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICA E CÉLULAS PROGENITORAS

By Louca Enfermeira - dezembro 04, 2013

A  hematopoese  inicia-se  com  uma  célula-tronco  pluripotente,  que  tanto  pode autorenovar-se como também dar origem às distintas linhagens celulares. Essas células são capazes de repovoar uma medula cujas células-tronco tenham sido eliminadas por irradiação ou quimioterapia letais.
As células-tronco hematopoiéticas são escassas, talvez uma em 20 milhões de células nucleadas  da  medula  óssea.  Embora  tenham  fenótipo  exato  desconhecido,  ao  exame imunológico são CD34+, CD38 e têm a aparência de um linfócito de tamanho pequeno ou médio. Residem nos “nichos” especializados. A diferenciação celular a partir da célula-tronco passa por uma etapa de progenitores hematopoiéticos comprometidos, isto é, com potencial de desenvolvimento restrito.
A  existência  de  células  progenitoras  separadas  para  cada  linhagem  pode  ser demonstrada por técnicas de cultura  in vitro.  Células progenitoras muito precoces devem ser cultivadas a longo prazo em estroma de medula óssea, ao passo que células progenitoras tardias costumam ser cultivadas em meios semissólidos. Um exemplo é o primeiro precursor mielóide misto detectável, que origina granulócitos, eritrócitos, monócitos e megalócitos, chamado de CFU (unidade formadora de colônias)  –  GEMM. A medula óssea também é o local primário de origem de um precursos linfocítico comum.
A célula-tronco tem capacidade de autorrenovação, de modo que a célularidade geral da  medula,  em  condições  estáveis  de  saúde,  permanece  constante.  Há considerável ampliação na proliferação do sistema: uma célula-tronco, depois de 20 divisoes celulares, é capaz de produzir cerca de 106 células sanguíneas maduras. As células precursoras, contudo, são capazes  de  responder  a  fatores  de  crescimento  hematopoético  com  aumento  de produção seletiva de uma ou outra linhagem celular de acordo com as necessidades. A medula óssea constitui-se em ambiente adequado para sobrevida, autorregulação e formação de  células  progenitoras  diferenciadas.  Esse  meio  é  composto  por  células  do estoma e uma rede microvascular. As células  do estoma incluem adipócitos, fibroblastos, células  endoteliais  e  macrófagos,   e  secretam  moléculas  extracelulares,  como  colágeno, glicoproteínas (fibronectina e trombospondina) e glicosaminoglicanos (ácido hialurônico e derivados condroitinícos) para formar uma matriz extracelular, além de secretarem vários fatores de crescimento necessários à sobrevivência da célula-tronco.

Referências

HOFFBRAND, A.v.; MOSS, P.a.h.. Fundamentos em Hematologia.  6. ed. São Paulo: Artmed,
2011. 454 p.
FIGUEIREDO, Maria Stella; KERBAUY, José; LOURENÇO, Dayse Maria. Guia de Hematologia.
Barueri: Unifesp  - Fap, 2011. 662 p.

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