Conhecida como método da "tabelinha", ela tem por base o cálculo dos dias férteis, durante o período de ovulação e que ocorre no meio do ciclo menstrual, geralmente a partir do 12-140 dia do ciclo. Em geral, o período fértil é em torno do 14° dia, em mulheres que menstruam a cada 28 dias, mas entre adolescentes que têm ciclos irregulares, este método está contraindicado. Infelizmente, a ovulação não é precisa e sofre influência de vários fatores emocionais e nutricionais. Portanto, é difícil prever a época certa da ovulação. O tempo de vida médio do óvulo é de 24 horas, e do espermatozoide, em torno de 48 horas.
Na adolescência, este método não funciona, pois em geral a adolescente não se lembra do dia em que menstruou ou não conta corretamente os dias após a menstruação, havendo dificuldade de calcular com exatidão o período fértil. Além disso, os encontros amorosos são esporádicos e muitas vezes inesperados. Só uma adolescente muito motivada, Organizada e consciente de seus hábitos corporais e que anote em sua agenda os dias do ciclo menstrual terá chance de obter sucesso com a tabelinha. É necessário também um parceiro que respeite sua decisão e não a obrigue a ter relações durante o período fértil. A tabela pode ser usada associada à camisinha, e apesar de ainda existirem os riscos de falha, estes são menores.
BENEFÍCIO NÃO-CONTRACEPTIVO
Ausência de efeitos sistêmicos.
Favorece o conhecimento da fisiologia reprodutiva.
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
a) Primeira consulta
Elaborar com a mulher e/ou orientá-la para fazer o cálculo de sua tabela, sempre com base nos 6 a 12 ciclos mais recentes, que devem estar marcados no calendário.
Para evitar a gravidez orientar a mulher e/ou casal para abster-se de relações sexuais
com contato genital no período fértil, lembrando que a eficácia do método depende
da participação de ambos.
Alertar a usuária para o fato de que cada mulher tem um padrão menstrual próprio e
que os cálculos devem ser individualizados, portanto a tabela de uma mulher não
serve para outra.
Recomendar especial atenção a fatores que possam alterar o ciclo menstrual
(doenças, stress, depressão, mudança de ritmo de trabalho, entre outros).
Reforçar o aconselhamento. Considerar o oferecimento do preservativo masculino ou
feminino para uso associado ao método, com vista a dupla proteção do indivíduo ou
casal.
Para evitar a gravidez, na ocorrência de coito no período fértil, sem uso de
camisinha, a usuária deve ser orientada para o uso de anticoncepção de emergência.
b) Consultas de retorno
Podem ser feitas por qualquer elemento da equipe de saúde, desde que devidamente
treinado.
PERIODICIDADE
Primeiro retorno depois de um mês.
Retornos subseqüentes de 6 em 6 meses.
ATIVIDADES ESPECÍFICAS
Avaliar a qualidade dos registros e a capacidade da mulher e/ou do casal em cumprir
as instruções de uso do método.
Refazer os cálculos com a usuária a cada 6 meses, sempre com base nos últimos 6 a
12 ciclos.
Reforçar as recomendações dadas na primeira consulta.
Não devem utilizar o método da tabela as mulheres:
- Adolescentes, que ainda não menstruam com regularidade;
- As que acabaram de parir ou abortar;
- As que pararam recentemente de tomar a pílula;
- As que acabaram de tirar o DIU;
- As no período do climatério;
- As que estão amamentando;
- As que têm uma diferença de 10 ou mais dias entre o ciclo menor e o maior;
- As que não menstruam;
- As que têm alterações psíquicas que impeçam o uso correto do método.
Fonte;
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de planejamento familiar: Manual Técnico. Brasília, 2002.
PREFEITURA DE BOQUEIRÃO DO LEÃO. Manual de planejamento familiar para agentes comunitários de saúde. Boqueirão do Leao, 2013.
SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL. Pediatria: Diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
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