ERISIPELA

By Louca Enfermeira - setembro 17, 2014

Erisipela é uma infecção bacteriana da pele que comete predominantemente a derme e o tecido celular subcutâneo superior. Classicamente, a erisipela apresenta margens bem definidas e elevadas, demonstrando que o comprometimento é dérmico, mais superficial. A erisipela pode ser decorrente de traumas e soluções de continuidade da pele, causadas por infecções fúngicas superficiais, como a tinha do pé, as úlceras de perna ou outros processos inflamatórios ou infecciosos locais. A erisipela é causadas por estreptococos, em geral do grupo A de Lancefield, raramente dos grupos G, C e B. Infecções estreptocócicas do grupo B podem ser causa de erisipela nas crianças abaixo de 3 meses de idade e nas erisipelas pélvicas pós-cirúrgicas.
Na erisipela, o doente apresenta início abrupto de febre elevada, em geral 39 a 40°C, acompanhada de mal-estar e astenia. Após poucas horas, observa-se eritema, edema, calor e rubor no local afetado, habitualmente um membro ou a face. Na erisipela, a margem da lesão é bem delimitada e elevada, sendo difusa e mal delimitada na celulite. A erisipela pode acometer o tecido celular subcutâneo mais profundo, é comum haver bolhas de cometido seroso e hemorrágico no local afetado. Linfangite e adenomegalia regional podem estar presentes. O local mais frequente de acometimento é a perna, sendo o braço e a face outros sítios Comuns de acometimento. Pode também ocorrer no braço, especialmente nas doentes de Câncer de mama, submetidas à mastectomia com esvaziamento ganglionar e que evoluem com linfedema no braço.
Após a confirmação da infecção, através de exame clínico e laboratorial, o tratamento é feito com antibióticos, antinflamatórios e analgésicos (O tratamento é indicado com vancomicina e oxacilina) Ocorrendo a presença de feridas, há necessidade de curativos diários, como no caso da erisipela bolhosa que é um tipo mais grave e mais profundo. Normalmente, a erisipela é superficial e cresce horizontalmente. Às vezes, porém, pode crescer em profundidade e afetar a gordura e o músculo, constituindo casos bem mais graves, com toxemia severa.
A Doença pode voltar algumas vezes, o quadro se agrava a ponto de ser necessária a internação hospitalar. Por isso, é de grande importância procurar evitar a doença. A principal porta de entrada para a bactéria são as micoses que aparecem entre os dedos dos pés. Assim, secar bem essa região, usar meias limpas todos os dias, fazer uso de antimicóticos na presença dos chamados "pés-de-atleta", evitar traumatismos e, na presença de edemas, elevar os membros inferiores e usar meias elásticas são cuidados simples, mas muito eficazes na prevenção da erisipela. Geralmente, após um episódio da doença, o membro afetado fica mais suscetível à doença, pois sempre permanece um inchaço residual - que nada mais é que o acúmulo de um líquido rico em proteínas que permanece logo abaixo da pele no tecido subcutâneo. Esse inchaço se deve ao fato de a infecção anterior ter destruído muitos vasos linfáticos, dificultando a absorção deste líquido que é um ótimo meio para multiplicação das bactérias.

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