ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

By Louca Enfermeira - março 25, 2015



Um acidente vascular encefálico é a morte de tecido cerebral (infarto cerebral) em consequência da deficiência do fluxo sanguíneo e da oxigenação insuficiente do cérebro. O acidente vascular encefálico pode ser isquêmico ou hemorrágico. Em um AVE isquêmico, o suprimento sanguíneo a uma parte do cérebro é interrompido seja por uma aterosclerose ou por um coágulo que obstrui um vaso sanguíneo. Em um AVE hemorrágico, ocorre ruptura de um vaso sanguíneo, impedindo o fluxo de sangue normal e permitindo que ele extravase para uma área do cérebro e cause sua destruição. Em um acidente vascular encefálico isquêmico, a obstrução pode ocorrer em qualquer ponto ao longo das artérias que vão ao cérebro. Por exemplo, pode ocorrer um acúmulo importante de material gorduroso (ateroma) em uma artéria carótida, reduzindo o seu fluxo sanguíneo ao mínimo, da mesma forma que a água passa por uma tubulação meio obstruída. Essa condição é grave porque cada artéria carótida normalmente é responsável por uma grande porcentagem do suprimento de sangue ao cérebro. O material gorduroso também pode despregar da parede da artéria carótida, passar à circulação sanguínea e alojar-se em uma artéria de menor calibre, obstruindo totalmente o vaso. As artérias carótida e vertebral e seus ramos podem sofrer obstruções através de outros mecanismos, isto é, um coágulo sanguíneo formado no coração ou em uma de suas válvulas pode despregar-se (tornando-se um êmbolo), deslocar- se através das artérias até o cérebro e alojar- se nesse órgão, resultando AVE embólico (embolia cerebral). Esses AVEs são mais comuns em pessoas que recentemente foram submetidas a uma cirurgia cardíaca ou que apresentam uma valvulopatia ou uma arritmia cardíaca (especialmente a fibrilação atrial).
Quase todos os AVEs começam de modo súbito, apresentam uma evolução rápida e causam lesão cerebral em minutos. Menos comumente, enquanto ocorre uma morte progressiva do tecido cerebral, o AVE pode piorar progressivamente durante algumas horas ou um dia ou dois (AVE em evolução). Geralmente, mas nem sempre, a progressão é interrompida por períodos relativamente estáveis, durante que a área lesada cessa de aumentar ou ocorre uma melhora. Dependendo da parte do cérebro afetada, os sintomas variam bastante. Os sintomas possíveis são os mesmos do ataque isquêmico temporário. No entanto, existe uma maior probabilidade da disfunção neurológica ser mais grave, disseminada, associada ao coma ou ao estupor e permanente. Além disso, os AVEs podem causar depressão ou descontrole emocional. Os AVEs podem causar edema cerebral. Esse edema é particularmente perigoso porque o crânio possui pouco espaço para expansão. A pressão resultante pode lesar ainda mais o tecido cerebral, fazendo com que os problemas neurológicos piorem, ainda que o próprio AVE não tenha aumentado de tamanho.
O médico é capaz de diagnosticar um AVE baseando-se na história dos eventos e no exame físico, que ajuda a determinar com mais precisão a área cerebral lesada. Para confirmar, é normalmente solicitada uma tomografia computadorizada (TC) ou uma ressonância magnética (RM). Contudo, esses procedimentos podem revelar o AVE somente alguns dias após a ocorrência do mesmo. A TC ou a RM também ajudam a definir se a causa do acidente vascular cerebral foi uma hemorragia ou um tumor cerebral. Nas raras ocasiões em que a cirurgia imediata é aventada, o médico pode solicitar uma angiografia. Os médicos tentam determinar a causa precisa do acidente vascular cerebral. Eles apresentam um interesse especial em saber se o acidente vascular cerebral foi causado por um coágulo sanguíneo que se deslocou livremente (embolia) até o cérebro ou por uma obstrução de um vaso sanguíneo devido à aterosclerose (aterotrombose). Os sintomas que indicam um possível AVE exigem atenção médica imediata. Algumas vezes, se intervierem rapidamente, os médicos podem limitar a lesão ou impedir a sua progressão. Muitos dos efeitos de um acidente vascular cerebral exigem cuidados médicos, especialmente durante as primeiras horas. Em primeiro lugar, os médicos normalmente administram oxigênio e instalam um cateter intravenoso, para assegurar que o paciente receba líquidos e nutrientes. Em um acidente vascular cerebral em evolução, geralmente são administrados anticoagulantes (p.ex., heparina). No entanto, essas drogas são inúteis quando se trata de um AVE estabelecido. Além disso, elas geralmente não são administradas em indivíduos hipertensos e nunca são administradas em indivíduos com uma hemorragia cerebral, pois elas aumentam o risco de sangramento.


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