Hemospermia ou hematospermia é definida pela presença de sangue, fresco ou não, no ejaculado, e ocorre devido a condições patológicas nos testículos, epidídimos, ductos deferentes, vesículas seminais, glândulas bulbo-uretrais, próstata, bexiga ou uretra. Sua incidência não é bem estabelecida e se estima que represente 1% das queixas urológicas.
Apesar de mais de 75% dos casos apresentarem curso autolimitado e etiologia idiopática (30-70%), costuma ser fonte de ansiedade para pacientes e médicos, pois frequentemente não há explicação satisfatória que a justifique, uma vez que história clínica e exame físico podem não trazer informações significativas.
Etiologia
Diversas condições estão associadas à hemospermia (Tabela 1). As mais frequentes são:
Inflamação/Infecção: em homens com menos de 40 anos,
são historicamente as causas mais frequentes, correspondendo a
39% dos casos. Processos inflamatórios geram irritação da mucosa, hiperemia e edema dos ductos e glândulas, ocasionando
sangramento. Os principais agentes infecciosos são herpes simplex
(42% dos casos), chlamydia trachomatis (33%), enterococcus faecalis(17%) e ureaplasma urealyticum(8%). Em áreas endêmicas,
tuberculose geniturinária também é relatada.
Trauma/Lesão iatrogênica: a biópsia prostática (BxP) guiada por ultrassonografia transretal é atualmente a principal causa. Há relatos de que até 85% dos homens submetidos à BxP apresentam tal condição por um período que pode chegar a 3,5 semanas. Dos pacientes submetidos à braquiterapia por câncer de próstata, 17% evoluem com hemospermia. O sangramento também pode ter origem após instrumentação, presença de corpo estranho ou migração de stents uretrais. Outras causas são trauma perineal, genital e fratura de bacia.
Obstrução: cistos obstrutivos na linha média, às vezes associados à redução do volume ejaculado e infertilidade, podem fazer pressão na microcirculação e proporcionar pontos focais de necrose. Durante a ejaculação esta pressão é aliviada, ocasionando dilatação e distensão dos vasos da mucosa, e consequentemente sangramento.
Tumores: diversas neoplasias benignas podem ser responsáveis por hemospermia, como tecido prostático ectópico ou pólipos na próstata. Tumores malignos de próstata, vesícula seminal e testículo são causas raras. Vasos neoformados por angiogênese tumoral são os responsáveis pelo sangramento. Nos pacientes com mais de 40 anos, houve associação com neoplasias malignas em 3,5% dos casos. Em todos, era contínua ou recorrente e/ou havia sintomas associados.
Anormalidades vasculares: varicosidades em vesículas seminais, uretra prostática e colo vesical podem ser fonte de sangramento. Mal-formações arteriovenosas, hemangiomas prostáticos, de vesícula seminal ou raramente de cordão espermático também podem ser fatores desencadeantes.
Fatores sistêmicos: linfoma e outras condições hematológicas, como doença de Von Willebrand e hemofilia, bem como estados de anticoagulação adquirida, como hepatopatia ou uso de medicações, podem estar associados à hemospermia. Hipertensão arterial sistêmica também pode causar esta afecção.
Tabela 1.
Apesar de mais de 75% dos casos apresentarem curso autolimitado e etiologia idiopática (30-70%), costuma ser fonte de ansiedade para pacientes e médicos, pois frequentemente não há explicação satisfatória que a justifique, uma vez que história clínica e exame físico podem não trazer informações significativas.
Etiologia
Diversas condições estão associadas à hemospermia (Tabela 1). As mais frequentes são:
Inflamação/Infecção: em homens com menos de 40 anos,
são historicamente as causas mais frequentes, correspondendo a
39% dos casos. Processos inflamatórios geram irritação da mucosa, hiperemia e edema dos ductos e glândulas, ocasionando
sangramento. Os principais agentes infecciosos são herpes simplex
(42% dos casos), chlamydia trachomatis (33%), enterococcus faecalis(17%) e ureaplasma urealyticum(8%). Em áreas endêmicas,
tuberculose geniturinária também é relatada.
Trauma/Lesão iatrogênica: a biópsia prostática (BxP) guiada por ultrassonografia transretal é atualmente a principal causa. Há relatos de que até 85% dos homens submetidos à BxP apresentam tal condição por um período que pode chegar a 3,5 semanas. Dos pacientes submetidos à braquiterapia por câncer de próstata, 17% evoluem com hemospermia. O sangramento também pode ter origem após instrumentação, presença de corpo estranho ou migração de stents uretrais. Outras causas são trauma perineal, genital e fratura de bacia.
Obstrução: cistos obstrutivos na linha média, às vezes associados à redução do volume ejaculado e infertilidade, podem fazer pressão na microcirculação e proporcionar pontos focais de necrose. Durante a ejaculação esta pressão é aliviada, ocasionando dilatação e distensão dos vasos da mucosa, e consequentemente sangramento.
Tumores: diversas neoplasias benignas podem ser responsáveis por hemospermia, como tecido prostático ectópico ou pólipos na próstata. Tumores malignos de próstata, vesícula seminal e testículo são causas raras. Vasos neoformados por angiogênese tumoral são os responsáveis pelo sangramento. Nos pacientes com mais de 40 anos, houve associação com neoplasias malignas em 3,5% dos casos. Em todos, era contínua ou recorrente e/ou havia sintomas associados.
Anormalidades vasculares: varicosidades em vesículas seminais, uretra prostática e colo vesical podem ser fonte de sangramento. Mal-formações arteriovenosas, hemangiomas prostáticos, de vesícula seminal ou raramente de cordão espermático também podem ser fatores desencadeantes.
Fatores sistêmicos: linfoma e outras condições hematológicas, como doença de Von Willebrand e hemofilia, bem como estados de anticoagulação adquirida, como hepatopatia ou uso de medicações, podem estar associados à hemospermia. Hipertensão arterial sistêmica também pode causar esta afecção.
Tabela 1.
Fonte: MANU - Manual de Urologia